quinta-feira, 20 de novembro de 2008
terça-feira, 18 de novembro de 2008
terça-feira, 11 de novembro de 2008
sábado, 1 de novembro de 2008
A experiência na CIFRAL
Em primeiro lugar quero pedir desculpa por ter de saltar algumas partes na Novela Angola.
Sinto que tenho de o fazer por estar ainda fresco na memória.
Espero ao mesmo tempo alertar eventuais interessados nestas aventuras para terem cuidado com quem se metem.
Há diferenças entre as pessoas.
Há os que tem mesmo de arriscar. Ou por razões financeiras ou por não encontrarem no seu país colocação compativel com a sua função.
Há aqueles que gostam da aventura de conhecer outros países, de conhecerem outras culturas aliando o util ao agradável.
Isto são filosofias de vida, são formas de encarar a vida e o trabalho.
Mas cuidado não serve para toda a gente.
O exemplo deste vosso amigo não tem comparação ao de outros que sendo tentados deixaram situações de segurança para se meterem com pessoas menos escrupulosas que em qualquer momento os tratam como se objectos descartáveis eles fossem.
Em Outubro de 2007 regressei a Lisboa ao fim de uma experiência que durou três meses. Por razões que mais tarde abordaremos. Não esperava era que esta experiência fosse ainda mais curta. Mas ainda bem que assim foi. Posso falar dela sem dever nada a ninguém. Apenas o respeito que devemos uns aos outros - ou alguns devem e outros não.
Pedro Mendonça desculpa ter de escrever isto mas tem de ser.
Sei que são teus amigos e clientes mas vão de certeza desculpar-te porque nada tiveste a ver com a parte triste do assunto. Apenas quiseste ajudar as duas partes.
A minha, porque sabias que gostaria de voltar a Angola para trabalhar e, sabias que eu iria cumprir.
A deles, porque sabias que precisavam de alguém com as minhas caracteristicas para apoiar a parte produtiva da empresa.
Agora dou razão a alguns ex-colegas nossos e alguns ex-colaboradores dessa empresa que me avisaram de que o ambiente ali era diabólico. Que os expatriados é que pagavam sempre pelo mau humor de quem manda. Mas mesmo assim eu quis ir ver com os meus olhos. Porque não tinha nada a perder.
Só se fosse tempo. O que aconteceu.
Quando há cerca de seis meses me falaste neste projecto eu já tinha as minhas reservas por tudo aquilo que já tinha ouvido. Agora fiquei mais informado, mais "letrado" e, tenho a possibilidade de esclarecer eventuais pseudo-interessados da verdade nua e crua que os espera.
Não pensem que sou sindicalista ou moralista. Mas de certeza que informarei quem me perguntar.
Por várias razões. Primeiro por não cumprirem o que acordam.
Acordam uma determinada verba salarial para cumprirem determinada função para depois desdobrarem parte em salário e parte em prémio. Porque assim nas férias e no Natal fica-lhes mais barato. Se tiverem em conta que 20% é prémio e 80% salário vejam quanto "fica retido na fonte" no fim de um ano de trabalho.
É verdade. Foi por isso que despacharam no dia a seguir ao fecho do mês de Setembro, um homem que contratado para vidraceiro fez questão de reclamar que tinha sido contratado por 3000 USD e não 2500USD + 500 USD de prémio. E este homem até foi desafiado para ir para Angola deixando o seu trabalho em Portugal.
Depois pelas formas de pressão existentes.
Horário de trabalho das 8.00 as 17.30 horas. Até toca o relógio.Para os naturais sim, porque
os expatriados tem de fazer horas. Forçadas. Tem de esperar que cheguem os carros de Luanda e tem de os carregar. Caixilharia, vidros, estruturas de aço e outros. E que não façam. Os novos é que se lixam.
( Gostei imenso daquela figura ridicula de um patrão, qual menino mimado que, não se importando com aqueles que para ele trabalham a troco de nada - das 17.30 horas em diante - se dá ao desplante de andar a fazer piões e cavalinhos com a sua moto 4 mesmo nas suas barbas. Ridiculo. )
Ao sábado das 8.00 as 12.00 horas para os naturais, com o mesmo relógio. Para os expatriados é o mesmo dos dias normais. Voltar de tarde, carregar os carros e ter de ficar se algum natural resolver trabalhar a tarde de sábado.
Depois vem o fim de semana - domingo. Fechados no "convento" porque o grupo expatriado preponderante pode sair. Uns tem carros e outros tem "compadres".
Ainda há os que não podem sair. Não tem passaporte. Está em Lisboa para meter novo visto.
E as corridas para a residencial quando chega a DEFA ? É girissimo. Os naturais até se riem.
Lá estão eles a comentar : " tugas em fuga". Depois toca a ir para a arrecadação com a governanta a fechar a porta á chave e a tapar a porta com uns colchões velhos.
Sem falar nas refeições. Fruta via-a porque a mandei comprar. Vinho ainda vi duas ou três vezes o pacote do Camilo Alves. Água do depósito mesmo filtrada se calhar também daria em diarreia. Então Cuca pra frente.
Ia-me esquecendo : adorei aquela passagem dos ratos pelos pratos em cima da banca da cozinha.
E as baratas a passear ao lado do pão.
Adiante...
Fui contratado para substituir a médio prazo o encarregado geral que mostrou interesse em regressar no próximo ano. Nem lhe digo o que pensam dele. Se calhar agora pensam ainda pior de mim. Espero que sim pois nem calculam o que eu penso deles.
Os termos ficam para mim.
Agora meus amigos, querer produzir mais da forma como trabalham e tratam aquela gente ?
Primeiro organizem-se. Aprendam como se monta uma serralharia. Vejam os procedimentos. A disposição de equipamentos e, acima de tudo aprendam a lidar com as pessoas.
Andam mesmo loucos.
A escravidão faz parte do passado.
Salários de 100 USD ? Nem água em condições tem para dar aos homens.
Sim, porque eu fui criticado duramente por ter levado duas garrafas de agua - natural do tanque, filtrada e ionizada - a dois homens que andavam de diarreia. E depois das 18.00 horas.
Dizem que nem isso merecem.
E pagar horas extras a 100 kwanzas? Se se atrasarem um minuto ao toque das 8.00 horas já não recebem o subsidio de transporte.
Assim vão longe vão...
Vão é de carrinho.
Um abraço deste que muito vos quer.( ... e viu pelas costas )
Sinto que tenho de o fazer por estar ainda fresco na memória.
Espero ao mesmo tempo alertar eventuais interessados nestas aventuras para terem cuidado com quem se metem.
Há diferenças entre as pessoas.
Há os que tem mesmo de arriscar. Ou por razões financeiras ou por não encontrarem no seu país colocação compativel com a sua função.
Há aqueles que gostam da aventura de conhecer outros países, de conhecerem outras culturas aliando o util ao agradável.
Isto são filosofias de vida, são formas de encarar a vida e o trabalho.
Mas cuidado não serve para toda a gente.
O exemplo deste vosso amigo não tem comparação ao de outros que sendo tentados deixaram situações de segurança para se meterem com pessoas menos escrupulosas que em qualquer momento os tratam como se objectos descartáveis eles fossem.
Em Outubro de 2007 regressei a Lisboa ao fim de uma experiência que durou três meses. Por razões que mais tarde abordaremos. Não esperava era que esta experiência fosse ainda mais curta. Mas ainda bem que assim foi. Posso falar dela sem dever nada a ninguém. Apenas o respeito que devemos uns aos outros - ou alguns devem e outros não.
Pedro Mendonça desculpa ter de escrever isto mas tem de ser.
Sei que são teus amigos e clientes mas vão de certeza desculpar-te porque nada tiveste a ver com a parte triste do assunto. Apenas quiseste ajudar as duas partes.
A minha, porque sabias que gostaria de voltar a Angola para trabalhar e, sabias que eu iria cumprir.
A deles, porque sabias que precisavam de alguém com as minhas caracteristicas para apoiar a parte produtiva da empresa.
Agora dou razão a alguns ex-colegas nossos e alguns ex-colaboradores dessa empresa que me avisaram de que o ambiente ali era diabólico. Que os expatriados é que pagavam sempre pelo mau humor de quem manda. Mas mesmo assim eu quis ir ver com os meus olhos. Porque não tinha nada a perder.
Só se fosse tempo. O que aconteceu.
Quando há cerca de seis meses me falaste neste projecto eu já tinha as minhas reservas por tudo aquilo que já tinha ouvido. Agora fiquei mais informado, mais "letrado" e, tenho a possibilidade de esclarecer eventuais pseudo-interessados da verdade nua e crua que os espera.
Não pensem que sou sindicalista ou moralista. Mas de certeza que informarei quem me perguntar.
Por várias razões. Primeiro por não cumprirem o que acordam.
Acordam uma determinada verba salarial para cumprirem determinada função para depois desdobrarem parte em salário e parte em prémio. Porque assim nas férias e no Natal fica-lhes mais barato. Se tiverem em conta que 20% é prémio e 80% salário vejam quanto "fica retido na fonte" no fim de um ano de trabalho.
É verdade. Foi por isso que despacharam no dia a seguir ao fecho do mês de Setembro, um homem que contratado para vidraceiro fez questão de reclamar que tinha sido contratado por 3000 USD e não 2500USD + 500 USD de prémio. E este homem até foi desafiado para ir para Angola deixando o seu trabalho em Portugal.
Depois pelas formas de pressão existentes.
Horário de trabalho das 8.00 as 17.30 horas. Até toca o relógio.Para os naturais sim, porque
os expatriados tem de fazer horas. Forçadas. Tem de esperar que cheguem os carros de Luanda e tem de os carregar. Caixilharia, vidros, estruturas de aço e outros. E que não façam. Os novos é que se lixam.
( Gostei imenso daquela figura ridicula de um patrão, qual menino mimado que, não se importando com aqueles que para ele trabalham a troco de nada - das 17.30 horas em diante - se dá ao desplante de andar a fazer piões e cavalinhos com a sua moto 4 mesmo nas suas barbas. Ridiculo. )
Ao sábado das 8.00 as 12.00 horas para os naturais, com o mesmo relógio. Para os expatriados é o mesmo dos dias normais. Voltar de tarde, carregar os carros e ter de ficar se algum natural resolver trabalhar a tarde de sábado.
Depois vem o fim de semana - domingo. Fechados no "convento" porque o grupo expatriado preponderante pode sair. Uns tem carros e outros tem "compadres".
Ainda há os que não podem sair. Não tem passaporte. Está em Lisboa para meter novo visto.
E as corridas para a residencial quando chega a DEFA ? É girissimo. Os naturais até se riem.
Lá estão eles a comentar : " tugas em fuga". Depois toca a ir para a arrecadação com a governanta a fechar a porta á chave e a tapar a porta com uns colchões velhos.
Sem falar nas refeições. Fruta via-a porque a mandei comprar. Vinho ainda vi duas ou três vezes o pacote do Camilo Alves. Água do depósito mesmo filtrada se calhar também daria em diarreia. Então Cuca pra frente.
Ia-me esquecendo : adorei aquela passagem dos ratos pelos pratos em cima da banca da cozinha.
E as baratas a passear ao lado do pão.
Adiante...
Fui contratado para substituir a médio prazo o encarregado geral que mostrou interesse em regressar no próximo ano. Nem lhe digo o que pensam dele. Se calhar agora pensam ainda pior de mim. Espero que sim pois nem calculam o que eu penso deles.
Os termos ficam para mim.
Agora meus amigos, querer produzir mais da forma como trabalham e tratam aquela gente ?
Primeiro organizem-se. Aprendam como se monta uma serralharia. Vejam os procedimentos. A disposição de equipamentos e, acima de tudo aprendam a lidar com as pessoas.
Andam mesmo loucos.
A escravidão faz parte do passado.
Salários de 100 USD ? Nem água em condições tem para dar aos homens.
Sim, porque eu fui criticado duramente por ter levado duas garrafas de agua - natural do tanque, filtrada e ionizada - a dois homens que andavam de diarreia. E depois das 18.00 horas.
Dizem que nem isso merecem.
E pagar horas extras a 100 kwanzas? Se se atrasarem um minuto ao toque das 8.00 horas já não recebem o subsidio de transporte.
Assim vão longe vão...
Vão é de carrinho.
Um abraço deste que muito vos quer.( ... e viu pelas costas )
sexta-feira, 31 de outubro de 2008
A primeira saída.
Ainda bem que acabou a FILDA.
De manhã à noite sempre em pé com uma corridinha para almoçar -o que se sofre nas feiras. Sem contar com o retorno a Luanda e consequente ida ao jantar o que dava quase sempre até as tantas da noite.
A partir de certa altura começa a ser uma peregrinação.
"Cest la vie"
Na semana seguinte fomos até ao Sul. Benguela e Lobito.
Visitar alguns clientes que passaram pela feira e outros que estando instalados nunca tinham sido visitados.
Começámos a viagem numa sexta-feira ao meio da tarde. Com a tradicional paragem na bomba de gasolina para atestar a viatura porque a dormida seria no Sumbe - antigo Novo Redondo. Com passagem na portagem da ponte do Rio Kuanza. Placa de Auto-estrada a lembrar a A5 mas só a placa porque a estrada era boa neste bocadinho e nalgumas zonas em que estava a ser reconstruida.
Pela Mazda passam algumas Hiace carregadas de gente e haveres em direcção ao SUL.
É sempre a abrir. Por vezes encontram-se carcaças de algumas que desgraçadamente mataram muita gente.
Autocarros velhos avariados em que o triangulo é substituido por uma pedra coberta por umas ervas. A atençao tem de ser muita.
Lá vamos nós em direcção ao Sumbe sendo contactados amiudemente pelos outros elementos que nos antecedem. A noite cai e com ela a atenção tem de aumentar. Sim, porque em Angola as viaturas ainda não vão à inspecção. Tantos podem andar só em minimos como sem luzes, com uma esquerda e uma direita ou como normalmente, sempre em máximos.
Com calma e paciência lá nos vamos chegando.
Lembro que entre Luanda e Benguela são cerca de 600 kms por isso a dormida no Sumbe.
Hospedámo-nos no Hotel do grupo Melo Xavier e saímos para jantar, agora sim o grupo todo reunido.
"O mundo é pequeno" - mesmo !
Quem encontro na calçada a passear depois do jantar?
Cesário Candeias o homem da NOVOPERFIL. As obras não se resumem só em Luanda . É preciso ir mais longe.
Um abraço para ele pela forma como sempre me tratou. Bem!
Lá fomos todos jantar, num restaurante junto a praia.
Discussão pelas escolhas. Muitas. Variadas e caras.
Comer em restaurante em Angola é caro !
Jantar e retorno ao hotel não sem antes se fazer o caminho de pedra junto á praia, para cima e para baixo, para ajudar a digestão. A temperatura é amena e a vontade era ir pescar para aquela praia. Parecia mesmo a Praia Grande - Sintra.
Amanhã a tirada é maior. Parece que vai estar calor mesmo estando na epoca do cacimbo.
De manhã à noite sempre em pé com uma corridinha para almoçar -o que se sofre nas feiras. Sem contar com o retorno a Luanda e consequente ida ao jantar o que dava quase sempre até as tantas da noite.
A partir de certa altura começa a ser uma peregrinação.
"Cest la vie"
Na semana seguinte fomos até ao Sul. Benguela e Lobito.
Visitar alguns clientes que passaram pela feira e outros que estando instalados nunca tinham sido visitados.
Começámos a viagem numa sexta-feira ao meio da tarde. Com a tradicional paragem na bomba de gasolina para atestar a viatura porque a dormida seria no Sumbe - antigo Novo Redondo. Com passagem na portagem da ponte do Rio Kuanza. Placa de Auto-estrada a lembrar a A5 mas só a placa porque a estrada era boa neste bocadinho e nalgumas zonas em que estava a ser reconstruida.
Pela Mazda passam algumas Hiace carregadas de gente e haveres em direcção ao SUL.
É sempre a abrir. Por vezes encontram-se carcaças de algumas que desgraçadamente mataram muita gente.
Autocarros velhos avariados em que o triangulo é substituido por uma pedra coberta por umas ervas. A atençao tem de ser muita.
Lá vamos nós em direcção ao Sumbe sendo contactados amiudemente pelos outros elementos que nos antecedem. A noite cai e com ela a atenção tem de aumentar. Sim, porque em Angola as viaturas ainda não vão à inspecção. Tantos podem andar só em minimos como sem luzes, com uma esquerda e uma direita ou como normalmente, sempre em máximos.
Com calma e paciência lá nos vamos chegando.
Lembro que entre Luanda e Benguela são cerca de 600 kms por isso a dormida no Sumbe.
Hospedámo-nos no Hotel do grupo Melo Xavier e saímos para jantar, agora sim o grupo todo reunido.
"O mundo é pequeno" - mesmo !
Quem encontro na calçada a passear depois do jantar?
Cesário Candeias o homem da NOVOPERFIL. As obras não se resumem só em Luanda . É preciso ir mais longe.
Um abraço para ele pela forma como sempre me tratou. Bem!
Lá fomos todos jantar, num restaurante junto a praia.
Discussão pelas escolhas. Muitas. Variadas e caras.
Comer em restaurante em Angola é caro !
Jantar e retorno ao hotel não sem antes se fazer o caminho de pedra junto á praia, para cima e para baixo, para ajudar a digestão. A temperatura é amena e a vontade era ir pescar para aquela praia. Parecia mesmo a Praia Grande - Sintra.
Amanhã a tirada é maior. Parece que vai estar calor mesmo estando na epoca do cacimbo.
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