sexta-feira, 31 de outubro de 2008

A primeira saída.

Ainda bem que acabou a FILDA.
De manhã à noite sempre em pé com uma corridinha para almoçar -o que se sofre nas feiras. Sem contar com o retorno a Luanda e consequente ida ao jantar o que dava quase sempre até as tantas da noite.
A partir de certa altura começa a ser uma peregrinação.

"Cest la vie"

Na semana seguinte fomos até ao Sul. Benguela e Lobito.
Visitar alguns clientes que passaram pela feira e outros que estando instalados nunca tinham sido visitados.


Começámos a viagem numa sexta-feira ao meio da tarde. Com a tradicional paragem na bomba de gasolina para atestar a viatura porque a dormida seria no Sumbe - antigo Novo Redondo. Com passagem na portagem da ponte do Rio Kuanza. Placa de Auto-estrada a lembrar a A5 mas só a placa porque a estrada era boa neste bocadinho e nalgumas zonas em que estava a ser reconstruida.
Pela Mazda passam algumas Hiace carregadas de gente e haveres em direcção ao SUL.

É sempre a abrir. Por vezes encontram-se carcaças de algumas que desgraçadamente mataram muita gente.
Autocarros velhos avariados em que o triangulo é substituido por uma pedra coberta por umas ervas. A atençao tem de ser muita.

Lá vamos nós em direcção ao Sumbe sendo contactados amiudemente pelos outros elementos que nos antecedem. A noite cai e com ela a atenção tem de aumentar. Sim, porque em Angola as viaturas ainda não vão à inspecção. Tantos podem andar só em minimos como sem luzes, com uma esquerda e uma direita ou como normalmente, sempre em máximos.

Com calma e paciência lá nos vamos chegando.
Lembro que entre Luanda e Benguela são cerca de 600 kms por isso a dormida no Sumbe.



Hospedámo-nos no Hotel do grupo Melo Xavier e saímos para jantar, agora sim o grupo todo reunido.

"O mundo é pequeno" - mesmo !
Quem encontro na calçada a passear depois do jantar?
Cesário Candeias o homem da NOVOPERFIL. As obras não se resumem só em Luanda . É preciso ir mais longe.
Um abraço para ele pela forma como sempre me tratou. Bem!

Lá fomos todos jantar, num restaurante junto a praia.
Discussão pelas escolhas. Muitas. Variadas e caras.
Comer em restaurante em Angola é caro !

Jantar e retorno ao hotel não sem antes se fazer o caminho de pedra junto á praia, para cima e para baixo, para ajudar a digestão. A temperatura é amena e a vontade era ir pescar para aquela praia. Parecia mesmo a Praia Grande - Sintra.

Amanhã a tirada é maior. Parece que vai estar calor mesmo estando na epoca do cacimbo.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

E fui eu até a FILDA.




Lá fomos nós até a FILDA.
O transito em Luanda é sempre assim. Caótico. Para se chegar á feira, ido do centro de Luanda pode-se levar entre 2 a 4 horas, depende da parte do dia a que se sai. Depois vem o problema do estacionamento. Os putos a cravar umas coroas para a gasosa. O " eu guardo" ou "eu tomo conta"´são as frases mais ouvidas.
A entrada faz-se pela porta principal. Com direito a bilhete de expositor.
Lá dentro começam as diferenças.
Fui durante 8 anos o responsável pela realização das feiras na SAPA, desde a fabricação dos caixilhos, á montagem e desmontagem dos stands, passando pela manutenção durante os eventos.
Fiquei deveras surpreendido, pela negativa, ao ver o stand de uma empresa que se diz lider de mercado.
Ao lembrar-me de feiras como Madrid, Vigo, Badajoz, FIL, Exponor ou mesmo a de Lagoa no Algarve apercebi-me a quantos anos luz andamos uns dos outros.


Esta gente vê as feiras na Europa. Vem com frequência a Portugal e visitam as feiras.

Ninguém os impede de tirar fotos e de copiar o que se faz por cá.

Andam no improviso, trabalham em cima do joelho.

Nem um catálogo havia para dar a um eventual cliente.

"Somos lideres de mercado" era o chavão. As coisas estão a mudar, para melhor.

A concorrência aperta. Ou investem ou vão ver o barco a passar.

A chegada e a instalação



Cheguei a Luanda num dia de manhã, cerca das 07.00 horas. Fui recebido pelo Luis - vendedor - e transportado no seu Toyota Corolla de serviço, com ar condicionado de janela aberta, ao apartamento onde viria a residir durante os meses que estive por lá. Carregado de malas e bagagens para o 4º andar e cheio de vontade de começar. O apartamento estava muito bonito, mandado arranjar para o anterior usuário meu ex colega da SAPA, ex DC da empresa e meu amigo PM. Foi o tempo de largar a bagagem e passar o rosto por água. Não havia tempo para mais pois eramos esperados na sede.


Eis que chegámos ao futuro local de trabalho. Instalações muito arranjadinhas, limpinhas e com pessoas muito simpáticas. Depois de feita a recepção, desta vez como futuro funcionário, sou informado pelo GM de que devemos ir até a FILDA onde decorre o certame para nos aquilatarmos da forma como o mesmo está a decorrer.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Onde eu fui parar !

Luanda.
Um contrato de trabalho de um ano com a promessa de obtenção imediata do visto de trabalho. São grandes os conhecimentos e as influências sociais.
Andam lá á muitos anos. Conhecem presidentes, ministros, generais, secretários, engenheiros, doutores e outros que tais.
É como saltar á corda.
Mas a corda esticou, partiu e o balde caíu no fundo do poço. Um contrato de um ano resumiu-se a três meses com algumas saídas imprevistas pela porta do cavalo -quem já lá andou ou anda sabe bem porquê.

Mas enfim. Já passou. Nada de ressentimentos.
Vou contar algumas das peripécias por que passei.
Coisas engraçadas e coisas tristes.
Desde que cheguei até que me vim embora.
Uma experiência única. É preciso levar na cabeça para se ganhar juízo.
Como disse a minha mãe : " que necessidade tens tu de ir para longe da família agora com as filhas casadas e os netos a pedir mimos ?"
O espirito de aventura é uma coisa lixada. As vezes nem sabemos porquê.



Se conhecemos tantas partes do mundo porque não aprender mais um pouco com novas vivências.



Aqui aprendi como se fazem janelas e fachadas à moda de Angola.


Quando saí da SAPA, de onde cerca de 400 pessoas foram descartadas, estive no Fundo de Desemprego cerca de seis meses á espera de algo compativel com as minhas caracteristicas profissionais. Surgiu entretanto num jornal nacional um pedido de gente para trabalhar em Angola . Contactei e fui recebido na ALUSTORIL onde fiquei a colaborar fazendo orçamentos para a sucursal de Luanda - NOVOPERFIL . Empresa familiar de gente honesta e cumpridora. Estive lá alguns meses até ser seduzido pela aventura de Angola. Primeiro seria para colaborar com a DELEME, tendo em vista apoiar a instalação de uma serralharia em Luanda e outra em Cabo Verde. Mas a indefinição do projecto e o passar do tempo, aliado ao convite de outra empresa Angolana - TRIRUMO me levou a tomar a decisão de optar por esta ultima com a perspectiva de um contrato de um ano . Tudo correu mal...

Apresentação

Meu nome é Cândido. Cândido Casal.
conhecido no meio laboral por Mestre Casal. Trabalho em aluminios desde 1976.
Vou criar este espaço para lhes contar alguma parte da minha vivência. Quem sabe poderão tirar ilações quanto a comportamentos, atitudes e, tomadas de decisões.

Mas, vou começar por lhes contar o ciclo infernal dos ultimos três anos.
Depois voltaremos atrás para se reverem algumas coisas.